segunda-feira, 29 de junho de 2015

Transmissões digitais no rádio


O governo da Noruega anunciou que vai acabar com as transmissões de rádio via FM (frequência modulada). Em 11 de janeiro de 2017, o sistema será desativado, e o padrão local de transmissão será digital: o Digital Audio Broadcasting (DAB), de acordo com reportagem da rádio norueguesa Radio.no.

Segundo a emissora, o Ministério da Cultura aponta algumas vantagens do DAB. A primeira é a maior oferta de rádios. Atualmente, cinco emissoras transmitem programação por FM no país. Com o sistema digital, o número subirá para 22, podendo ampliar a capacidade para outras 20. A segunda vantagem é a qualidade do som, considerada superior à da FM. Além disso, a digitalização permitirá novas formas de interação com o público.

Há também um fator econômico envolvido. De acordo com a Radio.no, transmitir por FM custa oito vezes mais que por DAB. A nova tecnologia tornou-se disponível na Noruega em 1995. Em 2007, uma versão aprimorada, o DAB+, também passou a ser oferecida. Vários países europeus e do sudeste asiático estudam a migração para o DAB, mas a Noruega foi a primeira a marcar uma data para isso.

Padrões de rádios digitais e o futuro

Existem vários modelos de padrões digitais de rádio, mas somente 4 são reconhecidos pela União Internacional de Telecomunicações: DRM, HD-Radio ou IBOC, DAB e ISDB-T. Dois deles competem para ser padrão da rádio difusão digital no Brasil: Digital Radio Mondiale (DRM) e IBOC. O primeiro é desenvolvido e mantido por um consórcio sem fins lucrativos formado por rádios públicas, empresas privadas e centros de pesquisas. Por isso é forte candidato a ser escolhido para uso no Brasil. Já o segundo é um sistema proprietário da empresa americana iBiquity.

Tanto DRM quanto IBOC já estão sendo testados no Brasil há alguns anos. Mas a escolha não deve ser tão fácil. Enquanto que o IBOC se adapta mais facilmente à realidade brasileira, pois sua ideia básica é transmitir o sinal digital dentro do mesmo canal do sinal analógico, os resultados de transmissão via DRM foram melhores, mas a tecnologia é mais cara e requer alteração na estrutura existente, como uma frequência diferente da analógica.

Por conta disso, o futuro do rádio digital no Brasil é incerto. No momento o país vive ainda o processo de migração das rádios AMs para FMs, um imbróglio desafiador para as emissoras. Agora, apesar de oferecer mais qualidade sonora e inúmeras possibilidades de interação com o público, cabe questionar se a tecnologia digital proporcionará aparelhos receptores de baixo custo, atingindo todas as classes sociais, como hoje ocorre com a tecnologia analógica e quanto tempo irá demorar para que esta tecnologia seja acessível a todos.


Sul Bandas

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